quarta-feira, 23 de março de 2016

Desde o princípio


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Convidado a colaborar com a ABCEM, passei a ler e pesquisar sobre a esclerose múltipla, uma vez que os pacientes que chegam à minha especialidade o fazem por problemas relacionados à deglutição e comunicação.

Visitando escritos, sites, serviços de neurologia e conversando com colegas médicos, rapidamente percebi que a multifacetada esclerose múltipla nos impõe um desafio: ser estudada e compreendida. Decidi, então, começar do início.

Todas as doenças já existiam antes de sua descrição e sintomas e, sinais sugestivos de esclerose múltipla, já eram vistos desde o Egito Antigo.

Escritores da Idade Média já mostravam pacientes apontados pelos médicos atuais como possuidores de esclerose múltipla. Medaer menciona que no século XIV uma freira alemã, Lidwína Van Schiedam, cuja doença começou aos 16 anos, seria o caso mais antigo descrito.

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Ainda no século XIV, Jean Cruvellier fez uma descrição clínico-patológica da doença e coube ao francês  Jean Marie Charcot, em 1868, a primeira correlação dos achados clínicos com a topografia das lesões desmielinizantes a partir da dissecção do cérebro de uma paciente submetida à numerosas tentativas de tratamento frustrados e evoluindo a óbito.

Com o surgimento do microscópio, por volta de 1595, intensificaram-se as pesquisas a respeito da esclerose múltipla.

Em 1916, um médico escocês chamado James Dawson descreve, claramente, a inflamação e a desmielinização após observar células de pacientes com esclerose múltipla sob microscopia.

Na década de 1930, estudos de laboratório em camundongos sugerem o envolvimento do sistema imunulógico.

Em 1947, pesquisadores da Universidade de Columbia detectaram subprodutos proteicos incomuns no líquido céfalo-raquidiano de pessoas com esclerose múltipla.

Com a descoberta do DNA em 1953, começaram a entender melhor as relações genéticas e o sistema imunológico.

Em 1960, descobriu-se o envolvimento autoimune e introduziu-se os corticoides para tratamento. Vários testes clínicos diagnósticos e terapêuticos foram realizados entre 1980 e 1990. 
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A varredura por ressonância magnética tornou-se o carro chefe para diagnóstico e há promissoras pesquisas clínicas com células-tronco para reparar a mielina. Estudaremos todas elas.

Trata-se de uma doença crônica que não compromete de forma significativa a quantidade de vida (expectativa de vida), ou seja, não se morre mais rápido.

Portanto, devemos unir esforços para melhorar a qualidade de vida de nossos amigos que possuem esclerose múltipla.

Essa é nossa função!

Dr. Marcelo Alfredo



4 comentários:

  1. Seja bem vindo Doutor Marcelo, sempre que sou questionado sobre qualquer doença e principalmente sobre minha companheira EM, respondo que: Doença conhecida, doença vencida. Estou vendo que não estou sozinho. Parabéns, abraços

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  2. Muito bom o texto ! Adorei saber desde quando surgiu a E.M. !

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  3. Brilhante post Dr. Marcelo! Parabéns!

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  4. Que fantásticas e curiosas informações nos trouxe, querido Dr. e amigo Marcelo! Agradeço imensamente estar conosco nessa linda jornada, chamada ABCEM.
    Seja muito bem vindo ao nosso blog.
    Super beijo

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